quinta-feira, julho 22, 2004

Associações Livres

"Como o adivinho me disse em Atenas, você está andando em círculos procurando o caminho claro e aberto. Você nasceu para trazer a alegria e iluminação para o mundo, mas primeiro tem de aceitar a si própria e parar de se esconder atrás de máscaras inventadas pelos outros. Você tem sinais de divindade, mas seus pés estão acorrentados à terra"
Jong, Erica, 1940 - Memória Inventada pg. 165.

Me lembro do sonho que tive no ônibus em direção à Antigua Guatemala:
Estava com um amigo, os dois diante de uma cigana. Ela tirou três cartas. A primeira tinha figuras mistas de seres humanos e animais e senti a cigana se referir a festas e novidades.
A segunda me deixou bastante intrigada. A cigana me passou uma angústia pelos olhos receosos que me miravam preocupados. Na carta estava eu olhando adiante uma escada com degraus curtos e patamares longos. Ao final existia uma porta. Fechada. Tudo tinha um tom meio amarelado, tive a sensação de deserto, uma sensação que conheço. No primeiro patamar a minha frente vi um crânio, ossos sem pele e pensei no que ele significava para satisfazer a curiosidade sobre tudo que poderia estar por trás daquela porta distante.

A terceira carta era nublada, enfumaçada. O que vi foram silhuetas de faces desfiguradas. Faziam interseção e assim a névoa se misturava.



Uma noite me perdi nas ruelas de Varanasi. As ruas eram escuras e sujas. A atmosfera sombria não passava medo e sim mistério. Eu e Chyntia saímos tarde do concerto de sitar que assistimos no terraço de um hotel. Fomos convidadas por um brasileiro, o único que encontramos pelo Oriente. Percorríamos as vielas em busca de um tuc tuc, bicicleta, qualquer transporte que nos deixasse no hotel que estávamos hospedadas. Andando por um longo tempo percebemos que sempre passávamos pelo mesmo ponto. Uma fogueira. Homens sentados em volta do fogo, ele, o fogo, nos trazia sempre para o mesmo ponto. 


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