terça-feira, junho 22, 2004

nó na garganta

Estranha esta coisa da minha voz. Eu sempre achei ela um tanto infantil, aguda. Um dia escutei a minha voz no som de um gravadorzinho. Senti uma coisa esquisita, um estranhamento de mim mesma. Como posso ter uma voz tão feia! Pareço uma menina metida e insolente… eu fiquei envergonhada, me sentindo um mísero ser humano daqueles bem normais que têm paranóias e complexos completamente bobos mas que sabem que isso é perfeitamente ordinário. Todo mundo têm essas coisas dentro de si, esse medo de parecer ridículo. Ou pelo menos eu tenho .

Outra festa eu encontrei uma amiga que me supreendeu. Disse que algo tinha mudado em mim, que tinha a ver com a minha voz. Senti um calafrio: como assim ela sabe?

Eu estou trabalhando muito minha voz.

Trabalhando eu uso muito a minha voz. É a minha principal ferramenta. Eu tenho que articular, formular idéias, conversar…falo muito. Começo escrevendo, esta é na maioria das vezes, a primeira etapa. Depois pego o telefone. Aí eu tenho que falar pra caralho. E a voz é muito importante! como poderia eu ter aquela voz de pirralha metida e melosa. Tenho que ter uma voz que carrega outros conceitos, nunca uma bobinha dando pinta de graciosa.

E ela reparou cara! Ela reparou o meu esforço em passar determinação, concisão, objetividade, confiança. Parece tão idiota, como me sinto ridícula realizando isso para mim mesma (ou será eu mesma) que eu me auto reprimi quanto `a minha voz, incorpando-a, tornando-a uma voz visualmente grande. Foi uma decisão tão íntima..relacionada a meus pensamentos mais lá dentro, que só eu sei..e que parecem tão pertinentes, tão grandes para mim e que ao mesmo tempo são tão pequenos, tão tipicamente humanos e que por isso TODO mundo tem.

Se funcionou ou não….sei lá. hamse hamses e saravas a parte eu me desgastei. passei do limite. Estou há dias com um incômodo na garganta.. não é dor de garganta clássica, de tosse de gripe não. É um incômodo que deixa minha garganta seca e arranhada.

Somatizei.

quinta-feira, junho 17, 2004

Sex and the city

Asian Groove,

Recebi um convite para o lançamento do selo Putumayo no Brasil. O convite me remeteu a momentos que vivi nos tempos de reviravolta da minha vida. Toda lojinha que entrava no universo raribô americanóide tinha lá CDs Putumayo..que são até interessantes. São releituras de canções folclóricas de culturas pelo mundo afora feitas por DJ...world music no estilo lounge.
O lançamento foi no 00, restaurante no estilo SEX and the City, que parece aqueles bares descolados para comercial de Campari. Para esta balada obviamente chamei minha amiga no estilo Samantha. Lá fomos nós.

De cara a gente saca que é um mundinho tão específico..de gente meio gávea-leblon... eu sou garota do Flamengo..zona sul mais humilde.. mas estamos com bala na agulha e pedimos drinks! Mojito foi minha pedida..
Lá pelas tantas nos surpreendemos com um carinha usando fio dental nos dentes em pleno comercial de campari! O cara estava acompanhadíssimo de outro cara...cada um na sua...o cara não queria ficar com sujeira nos dentes afinal de contas estava, quem sabe, num date com seu querido.

Tinha 1 cara meio coroa com um colete meio turco. O cara parecia meio fotógrafo da National Geographic estiloso... gatoso..ficamos olhando pra ele. Ele sacou. Mas não deu em nada.

O que rendeu foi o sorteio! Não faço o tipo que ganha em sorteios mais saí de lá com um CD Asian Groove... gostosinho... fomos mais espertas que a Carrie e a Samantha. Elas sempre são barradas nos restaurantes em NYC. Estamos longe de Mannhattan mas não pagamos entrada, bebemos drinks, fizemos pose de chique e ainda voltamos para casa com um CD no bolso...
Há!